Ópera

Intruso vento

atravessa a janela

e agita antigas plumas

de velhas fantasias.

Vultos reencarnados

refazem atos passados.

Uma luz amarela

recria um Outono,

enquanto Butterfly

ensaia novo amor;

uma Lua azul

se desprende do holofote

e ilumina os graves agudos

de Callas divina.

E enquanto o Coro entoa

as Árias de todas as vidas

gira o Mundo, gira a cena.

E há lágrima e há riso

entre as Nereidas

e entre as Walkiryas,

pois em tudo se canta

a glória de amar;

a eterna urgência

de sempre recomeçar.

Para C.