MEU COBERTOR
Eu não tenho mais meu cobertor de orelha.
Enrolo-me mesmo num cobertor de algodão.
Às vezes me conformo na lã da ovelha
que não aquece esse meu friorento coração.
Ah, que saudades do meu quente cobertor,
Cochilava eu semi-desmaiada. Que fazer?
Sozinha, sem o forte agasalho, sem meu amor,
Vou congelar-me, bater os dentes, quiçá morrer.
Nada me aquece! Nada me ajuda! Nada me consola!
O frio chega... é o inverno me trazendo o pavor
De enfrentar todo ele, sem ter se quer a esmola
Do meu querido, amado e humano cobertor.
DIONÉA FRAGOSO