MEU COBERTOR

Eu não tenho mais meu cobertor de orelha.

Enrolo-me mesmo num cobertor de algodão.

Às vezes me conformo na lã da ovelha

que não aquece esse meu friorento coração.

Ah, que saudades do meu quente cobertor,

Cochilava eu semi-desmaiada. Que fazer?

Sozinha, sem o forte agasalho, sem meu amor,

Vou congelar-me, bater os dentes, quiçá morrer.

Nada me aquece! Nada me ajuda! Nada me consola!

O frio chega... é o inverno me trazendo o pavor

De enfrentar todo ele, sem ter se quer a esmola

Do meu querido, amado e humano cobertor.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 27/05/2012
Código do texto: T3691207