Esqueceram de amar...
De tanto amar
E sofrer de amor
Amadureci os sentimentos.
Já não amo com desespero
Como fazem os adolescentes
Nem tão pouco me cansei de amar.
Hoje observo...
Com os olhos de quem aprendeu
De quem conseguiu tirar
De cada dor o antígeno
E respirar aliviada
Por sentir toda essa alegria.
Aprendi a ler almas
A ver além dos olhos
A colher os desejos mais secretos
Toda a malícia
Todo maquiavelismo
Escondido em palavras gentis
Gestos carnais, maledicências.
Que tolice pensar
Que se tira proveito
De algo ou de alguém.
Que tolos são estes
Que se vangloriam
E são apenas mais que tolos...
Aprendi pois, a jogar
A reter nas mãos
Os tão sonhados coringas
Os segredos que farão
O jogo virar.
Jogar ao relento
As palavras soltas
Que se perdem no tempo
Mas que alimentam
Por apenas um momento
Os corpos sedentos
Dos que buscam
E não conseguem achar
Vivem do nada...
São peças incontestáveis
De um jogo em que,
Serão sempre perdedores,
Pois não conseguirão
Tão somente amar
Resguardar para si
Todo amor oferecido.
São apenas pobres criaturas
Que esqueceram de amar...