Gracejado de um Contador de Histórias

Nas vacas mortas rentes a seca sertaneja

Onde explodem as favelas do sertão

Contrárias aos gemidos logo ao lado

Onde a água rega os afluentes em imensidão

Morte que rege os destinos dos heróis

Ríspido ao seu tempo de algoz sofrimento

Na seca ou na cheia ser adaptável

E o sobrevivente é o sol que assola e da à vida

Em meio os espinhos que desabrocham flores

Das cores tão delas que igual inexiste

Resquícios previstos em febre de aurora

Do choro contido em cores do dia que vai embora

E o homem burilando em devaneios

Provando manjares dos auspícios de Deus

Que afaga em delírios a forja do espírito

Fazendo amadurecer alma flor do sujeito

Trazendo a tona o pleito interior

Debates contínuos entre o ente e o ser

E o que resta é uma ingratidão recíproca

E o arrebol encerrando em tons alegóricos

E mais uma vez a chuva não chegou...

São dias de vacas magras e afogadas...