VIDA VAZIA

H. Amador

Às vezes fico num cismar, perdido.

Minha alma triste, nada mais entende,

Olhando a folha que o vento leva,

Cheirando a flor que solitária, pende.

A minha vida é um deserto árido,

Donde não viceja nem sequer um amor!.

Meu coração é como o sino dum campanário,

Que só entoa mero canto de dor.

Sigo no mundo como um desgraçado

Que a humanidade tenha abandonado

Ao léu da sorte à margem da vida.

Sem ter direito de olhar pra frente,

Sou miserável, sou quase um demente!

Roto mendigo que não tem guarida.

Santa Luz, 08.05.1965

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 26/05/2012
Código do texto: T3688450
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