Temor
H. Amador
Nem na pauta onde gravei meu sonho,
Nem na sinfonia onde cantei o teu nome,
Encontrei o argumento, solene e rizonho,
Para explicar este temor que me consome.
Na penumbra do meu ego adormecido,
Ecoam recordações, pálidas, frementes,
Como o grito de um pássaro ferido,
Como gemidos de almas penitentes.
Esta amizade que nos une fielmente,
Pura e santa que de nossas almas evola,
É a presença de Deus, suavemente
Que em todos os momentos nos consola.
E nas amarguras da vida, no presente,
Meu pobre coração, de dor se estiola.
Santa Luz, l3 08.94..