Um Fato Real!

No banco da praça solitária

Sentado tristonho

Perdido em seus sonhos

O cigarro na boca entre aberta queimava

As cinzas naturalmente caiam

Pelo vento eram levadas

Ele nada percebia

Em seu mundo, nesse instante

Ninguém mais existia

Passo a passo fui me achegando

Parei a certa distancia

Para não surpreendê-lo

E fiquei ali, as expressões faciais analisando

De repente um sorriso adornou o rosto enrugado

As lagrimas rolam apagando o cigarro

Alguma coisa de bom acontecera em sua história

Eu gostaria de saber o que guardava na memória

O que me contaria se lhe indagasse

Optei por deixá-lo com suas lembranças

Seriam essas infelizes ou engraçadas?

E sem desviar meu olhar afastei com cuidado

Não notou minha chegada, tão pouco minha retirada

Sem saber se ria ou se chorava,

Do presente, do futuro ou do passado

Parti levando aquela imagem

Pobre mendigo solitário...

Luzia Ditzz

Campinas, 20 de maio de 2012.