OLHARES
Olhares esquecidos em devaneios
perdidos nas lembranças,
olhares cobertos de receios
outros tantos abandonados
pelas portas da esperança
São tantos olhares sofredores,
tristes, toscos, abandonados,
contudo se desdobram em amores
olhares que não se enganam
embora sejam desesperados
Olhares sobretudo encorajadores
viajando com as borboletas
que, em sorrisos, buscam nos jardins
em meio a muitos dissabores
o ar perfumado das flores
Alguns olhares, enfurecidos,
como poderosas feras se devoram,
porém diversos, enamorados,
quase num ritual religioso
como que, felizes, se adoram
Olhares fugidios, fugazes.
já outros em grande número
se comprazem em se expressar
e são de fato tão expressivos
que se tornam loquazes.