O SOLDADO
O soldado senta-se ao sol,
No banco da praça,
O olhar fixo num ponto,
Além da gente que passa,
Das pombas que arrulham,
Dos estudantes e seus livros,
Dos fotógrafos e suas máquinas,
Em algum ponto invisível,
Vendo sem ver.
A cabeça raspada,
A farda verde-oliva,
O coturno lustrado...
Todo ele é tristeza
E solidão!
Que guerra travará,
Assim posto,
Sem faca
E sem rifle,
No front da alma?
As pessoas vão-se,
As pombas hibernam,
Os estudantes somem,
Os fotógrafos fogem,
Só ele permanece,
O olhar fixo
Além da fonte
Que jorra água no céu,
Debaixo do sol!