Não mais...
não me permitem
os dedos, não mais
rabiscar borboletas
em suas pontas
essas flores tão secas
arderam de sede
não há no rio
que escorre entre as cercas
o alívio da água do beijo
não me permitem
os dedos, não mais
desdobrar-me ao meio
em suas linhas
as cores perderam-se
entre o branco e o negro
não há na face
da folha, fecundas nuvens
para meus devaneios...
não me permitem
os dedos, não mais
brincar com as letras