HIPOCRISIA
O teu perfume exalou no meu ciúme,
e como era de costume
tive que abdicar.
Tua alegria incrustou-se em meu desejo
na ausência do teu beijo,
reivindiquei teu olhar.
Minha presença inundou a tua alma
mas sufocou tua calma,
como houvera de saber?
Nos afogamos num mar de hipocrisia,
mas também de que valia
nossa forma de amar?
Agora choro rebelado pelos cantos,
procurando teus encantos,
abraçado à solidão,
na esperança de que batas à minha porta,
mas tua consciência aborta
quaisquer formas de ilusão.
Saulo Campos – Itabira