PELAS MÃOS

Pelas mãos

eu conheço,

ergo-me do tropeço

e esqueço.

Construo

e flutuo

em nuvens

de sonhos possíveis,

cabíveis, alcançáveis.

Pelas mãos

que tocam

reconheço

um toque

que me toca.

Que se converte

em carícia.

que traduz

uma delícia.

Pelas mãos

que me guiam

pelo escuro,

eu procuro...

Encontro o encanto

escondido num canto.

Sem segredo, nem espanto

a espera de acalanto.

Pelas mãos

que produzem,

o mundo transforma,

renasce e forma.

Modela e explora,

desenha o agora

e descreve a aurora

como um sorriso de senhora.

Pelas mãos

eu sou e faço.

Sou homem e palhaço.

E em seu cabelo faço um laço.

Pelas mãos

cresço,

desenvolvo

e apareço.

E limpo as lágrimas

quando me entristeço.

Pelas mãos

conduzo a dança.

Vou ao futuro

e volto a ser criança.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 03/02/2007
Reeditado em 13/08/2007
Código do texto: T368651