Cais

A noite abraça a alma,

lava, guarda espelhos.

Lágrimas bordam folhas,

olhares indecisos, manhãs.

Formigas celebram as horas frias,

borboletas dançam, vestem a brisa,

pousam nas cores dos quintais.

A noite abraça, corta o vento.

{No silêncio amores viajam}

estátuas não dizem adeus.

As sombras,

lavam-se na espuma das ondas

à beira do cais.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 24/05/2012
Código do texto: T3686426
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