Tome tempo
E o tempo?
Essa criança louca,
Que bagunça e deixa fora de órbita.
Que junta, depois espalha.
Corta feito fio de navalha,
A carne daqueles que esperam.
Tantos minutos
Quero ser o primeiro,
Dos segundos desvairados,
Antônimos de qualquer lógica,
Que coisa qualquer confunde,
Sem saber se fica, se passa.
Ou expande.
O tempo?
Esse cavalo doido,
Marchando em desvario,
Alimenta-se de si mesmo,
Em orgasmos do próprio cio.
Corre louco e nunca volta.
E você não sabe quando existiu.
Dorme minha criança louca,
Deita aqui perto de mim.
Deixa a vida correr solta.
Encerra essa etapa,
Já já começa outra.