Naquele tempo... (ou Bispo agora-ontem)

Neste novo amanhecer na praia

--a do Bispo--, há uma névoa

cristalina que quer esconder

a realidade presente e revela

espontaneamente um outrora

ante minhas retinas estupefatas.

A lenda impele sua indistinta figura

no lento rumo daquele monumento:

São Pedro, imagem do santo pescador

decaído, que a baía já engoliu de todo.

Este é um olhar na direção da seta

apontando o que já-foi, tempo (tardio

tempo!) do qual ficaram somente

migalhas na palma de minha mão,

onde pousa este um pássaro etéreo

que vem mariscar e deixa, apenas,

o cuí indistinguível do tempo ido...

E voa.... voa... e fico contemplando

sua sombra a se desvanecer nas nuvens.