Leonardo, acaso me escutas
Para além das seculares metamorfoses
Desta humanidade que nos espanta?
Não há como dialogar, divino mestre...
No desastre desta ópera trágica
Este hoje deserto sem incêndios...
Agora um pôr do sol arremeda o outro,
E as gentes, almas estilhaçadas...
Não cantam, não dançam, nada fazem...
Boa noite para o dia...
Bom dia para o nada...
Leonardo, meu projeto
Acaso me escutes na península eterna
Era abraçar-te e chorar alegrias
Porque mágoas há quem as chore
Pelos mortos, pelos vivos, pelos que nem nasceram...
Leonardo, quantas feéricas festas
Celebraste com teus irmãos de prazer?
Quantas colinas na dourada Toscana
gravastes em teu mítico olhar?
(E delas fizestes brotar a Mona, Gioconda, a obra por se explicar...)
Se ao menos eu soubesse ler os céus
Vaguear pelo lado escuro das cidades
Encontrar-te-ia embriagado de luzes
Um quadro na ponta dos dedos
Uma gargalhada a borbulhar na boca.
Leonardo, divino misterioso
Haverá em seus Cadernos
Um esboço, quiça a genial cura
Para toda esta exaustão
E este morno e insípido tédio?
Por que se houver te oferecerei
De bom grado, sem hesitar
As inconfidências de Cristo e Madalena...
Nossa fé será a mesma
Um brinde divideremos, bêbados
E a Terra respirará inteira
Nos becos da Florença princesa
Ah! Santa, Santa Ceia...
Para além das seculares metamorfoses
Desta humanidade que nos espanta?
Não há como dialogar, divino mestre...
No desastre desta ópera trágica
Este hoje deserto sem incêndios...
Agora um pôr do sol arremeda o outro,
E as gentes, almas estilhaçadas...
Não cantam, não dançam, nada fazem...
Boa noite para o dia...
Bom dia para o nada...
Leonardo, meu projeto
Acaso me escutes na península eterna
Era abraçar-te e chorar alegrias
Porque mágoas há quem as chore
Pelos mortos, pelos vivos, pelos que nem nasceram...
Leonardo, quantas feéricas festas
Celebraste com teus irmãos de prazer?
Quantas colinas na dourada Toscana
gravastes em teu mítico olhar?
(E delas fizestes brotar a Mona, Gioconda, a obra por se explicar...)
Se ao menos eu soubesse ler os céus
Vaguear pelo lado escuro das cidades
Encontrar-te-ia embriagado de luzes
Um quadro na ponta dos dedos
Uma gargalhada a borbulhar na boca.
Leonardo, divino misterioso
Haverá em seus Cadernos
Um esboço, quiça a genial cura
Para toda esta exaustão
E este morno e insípido tédio?
Por que se houver te oferecerei
De bom grado, sem hesitar
As inconfidências de Cristo e Madalena...
Nossa fé será a mesma
Um brinde divideremos, bêbados
E a Terra respirará inteira
Nos becos da Florença princesa
Ah! Santa, Santa Ceia...