O tempo sãdico!

Como o tempo é sádico.

Não é julgamento,

Dizia Paulo de Andrade e Moura,

Um amigo, nesse caso, vitima

Dessa sucessão de fato que se faz

Uma vida.

Era a mais bonita

da escola. A gente sofria só

de olhar. E sua arte verdadeira

era sua arte primeira:

O Dom de Esnobar.

Hoje está mais feia que uma pata.

A barriga é uma sanfona.

E tem cara de vaca.

À mesa do restaurante

Eu disse: Olá, Clara! Tudo bem?

Se assustou:

E viu que eu estava olhando

Não mais Clara de Almeida filho

Mas, Clara dos versos caídos.

Vi que sua vida caiu e não se

Levantou.

Também confesso e concordo,

Paulo:

O tempo é mesmo

Sádico...

E isso me contenta

As vezes!