Grão de Mostarda
A noite, quando a dor nos avizinha
e olha no espelho do si-mesmo,
deseja a alma opressa o que não tinha,
e perde-se o olhar no espaço a esmo.
Pois lê o coração beijar o mundo
em toda multicor do Nazareno,
de vivo, seu momento mais profundo,
se esprai por sentir-se tão pequeno.
Entanto, um sentimento de alegria
invade de emoções e quer ficar
nos campos fecundados na energia
que só a plenitude faz brotar.
Então, ao reparar de volta ao ser,
sem mais o deslumbrar de avistamentos,
percebe que só há o renascer
se a Dança é o fluir dos sentimentos.