Cara de merda

A felicidade

Ficou nua

E de longe

A gente via

Seu corpo como era fragio

Já era uma senhora.

Entristecida de tantas

Vezes, ter-lhe obrigado

A se encaixar em situações.

Rosto envelhecido, um cansaço,

Um desânimo. Dizia que só

Podia cumprir seu papel

Quando ninguém estivesse

Lhe vendo. Lhe forçando

Corrompendo. A felicidade

Estava acabada, pois o amor

Base da sua existência,

Havia partido. Nesse momento

As diferenças não eram

Mais respeitadas. O amor

Sabia lidar bem com isso.

A felicidade perdeu

Seu parceiro, amigo

Que lhe fazia interface

Com o mundo. Agora tendo

Que se preocupar com coisas

Que não sabe, seu rosto

Enfarado de tudo, mesmo

Que não queira, aparece

Na cara dos apaixonados,

Que hoje tem cara de merda.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 21/05/2012
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