Lamento de Outono

Lamento de Outono

Mesclas de luzes tingem a noite

É outro outono que chega

Folhas em descompasso a dançar

No tempo órfão que precisa seguir.

Vêm os personagens do frio

Sombras de beleza expressas

Na louca e infinita fantasia

De tentar lembranças do gelo.

A temperatura gélida alojada

Nos vãos das janelas estão

No sul do continente branco

Sem sonhos que nos alimentem

A voz do menestrel ressente-se

Do andamento das batidas

Que lhe fornecem a força

Para o exercício do solfejo.

Nesse clima despenteia-se a alma

Que agoniza sem sentir as dores

Sem a suave brisa do final da tarde

Sem o dobrar dos sinos amigos.

E neste ciclo de tons sons

Que não vibram e entre esperas

Afugentam o possível despertar

Descobre-se a alma – no outono.

IáraPacini