Novos Bananas
Chegou a hora dessa gente baqueada mostrar seu valor.
Pega na cuíca do amigo ao seu lado,
e cante sua condição frutífera....
Vamos cantar a adiposidade,
acumulada nas virilhas tropicais.
Se já era ruim, no original,
ná cópia então...tortura nunca mais.
Sejamos os novos poetas utilitários,
autores de poemas que cantam...o nada.
Pois se não ofende, não comove, não estraga,
melhor falar dos espaços intercalados
entre a dor e o analgésico,
feitos todos para amenizar a inutilidade.
Ai, esses corpos sacolejantes,
essas bundas tão pujantes,
pernas que não têm controle,
e sobem a ladeira entoando vogais....
Isso pra mim é sonho......
Espanque-me, assalte-me, avilte-me....
mas declino do convite de pintar meu corpo
em tons neutros para me camuflar, covardemente,
numa paisagem de bananas apáticas.
Os coqueiros continuam dando côcos,
e a sorte deles é o acento deslocado.
Eu diria, da profundidade de minha ignorância,
que me contento com meu azedo artesanato.