A FADA DOS DENTES

Mãe, meu dente está bambinho!

Acho que não vai demorar sair!

Então faça o seguinte, filhinho,

Antes de deitar na cama e dormir

Vê se consegue extrair o seu dente

E colocá-lo embaixo do travesseiro

Assim uma fada deixará um presente

Ou então uma quantia em dinheiro.

Mãe, essa estória já está ficando legal...

Existe sim uma fada no mundo encantado

Que recolhe o dente que de modo natural

Foi simplesmente do céu da boca descolado.

A Fada dos Dentes - é assim que ela se chama -

aparece pé ante pé, em plena madrugada,

Aproxima cuidadosamente da nossa cama

Pega o dente e através de um gesto camarada,

Deixa-nos um presente ou uma moeda.

O presente é caro? A moeda é de ouro?

Essa ideia de grandeza, meu filho, arreda.

O presente é singelo e a moeda, tesouro,

É mesmo do valor do sistema financeiro local.

Essa estória tava boa demais para o meu gosto!

Se entendi, a fada colocará uma moeda de um real

Ou deixará uma simples lembrancinha (que desgosto)

Debaixo do meu travesseiro na troca pelo meu dente.

Que coisa ridícula! Tanta confusão pra dar em nada!

Á minha vida custa acontecer algo de tão diferente

E quando acontece, recebo visita de uma sovina fada.

Mãe, Por que a ridícula fada recolhe os dentes das crianças?

A Fada dos Dentes impede que os dentes possam parar

Nas mãos duma bruxa e vire ingredientes de pujanças

Nas mais terríveis feitiçaria que alguém possa imaginar.

Mãe, tenho muitos dentes de leite ainda que vão sair.

Como esse é o primeiro, vou negociar com a fada.

Eu vou pra cama, vou fazer de conta que vou dormir...

A Fada dos Dentes hoje vai ter uma surpresa danada...

O menino coloca o seu dente no bolso do pijama.

Não aquenta esperar a fada e cai num forte sono.

A Fada dos Dentes triste deixa um bilhete na cama

Do garoto. Fique com seu dente. Avareza, não abono.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 20/05/2012
Código do texto: T3678846