O Beijo e o Sonho

Quando a beijei pela primeira vez,

Imaginei estar sonhando

Um daqueles sonhos bons

Que, quando a gente acorda,

Quer, de novo, dormir e voltar a sonhar.

Quantas sensações diferentes

Num simples encostar de lábios!

As línguas que se entrelaçam

Num balé intenso e profano,

E o recostar macio do peito arfante.

Olhos fechados incitam alheias lembranças

Por isso mantenho-os semicerrados

Fotografando cada canto do teu rosto,

Respirando o teu aroma (tão único),

Fruindo cada detalhe de um modo especial...

Quantos sentimentos em tão breve gesto

Fazendo deste momento - onírico? -

Algo para se guardar na memória da pele.

Nossos corpos se procuram avidamente

As mãos tocam, invadem, acariciam...

E os pensamentos voam mais além.

Acordar é um caminho inevitável

E o que virá depois são possibilidades

Esqueci, temporariamente, dos planos.

O tempo atual é um presente

Que em meus sonhos mais loucos

Ousaria jamais imaginar.

Geraldo Meireles
Enviado por Geraldo Meireles em 20/05/2012
Reeditado em 18/10/2013
Código do texto: T3677979
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