A RIMA QUE O DIGA
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Irmanadas pelo som assim como os acordes de um mesmo tom
Fazem com que o som soe de modo bom, agradável aos ouvidos...
A rima traz o clima; rima de cima pra baixo, rima de baixo pra cima
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Adoro quando o dito esbarra noutro escrito emparelhando sentidos
Dá-lhe metáfora, dá-lhe metonímia; que venham todas as sinonímias
Disponíveis no galpão onde se forjarão outras antonímias...
Só para que digam do novo sentido que briga na barriga
Do “achismo” certeiro e arteiro do pós pós-modernismo...
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Afinal somos poetas que, diuturnamente na oficina da mente,
Martelamos palavras que, noutras encaixadas,
Dirão do tudo; dirão do nada...
Dirão do nosso existir, do nosso porvir...
Do nosso estar por aqui...
Desse nosso sempre entrar...
Desse nosso sempre sair!
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Nossas palavras podem virar pontes ligando horizontes...
Podem ser duras feito o concreto, objetos portadores do senão...
E/ou grandes amortecedores (iguais aos d'uns prédios do Japão)...
Feitos da maior das resistências maleáveis...
Projetados aos maiores níveis suportáveis
Ante as coisas, realmente, insuportáveis!
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Por isso, gostaria de morrer rimando...
Dizendo do que digo do modo como digo: brincando...
Façamos um corte para sair da rima que rima com morte...
E digamos da vida...
Feito num encontro de novos amantes...
De preferência, dê preferência para a vida como ela é
Por mais "Nelson Rodriguiantes"...
Pense que ele veio depois...
De um período Socrático, Aristotélico, Platônico...
Qualquer um dos três diria melhor disso de nós dois...
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"Ah! E talvez assim tão relevantes
Só porque tenham vindo antes..."
Frase do aluno que se desaponta...
E continua; sob a reflexão sua:
"Professor: pra que tantas palavras tontas
Se a Grécia não está nem pagando as contas...!?"
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A rima que o diga...
Sobre o que se gera, galera,
Nas construções dos grandes senões...
Sob as grandes vigas
(tanto enormes quanto disformes)...
Das "novas" grandes barrigas...