PORTA: A SERVENTIA DA RUA

Tudo na vida são portas abertas ou fechadas

Às vezes entramos em portas certas

Outras vezes em portas erradas de fachada

Quando alguém nos bate a porta temos que abrir

São ventosas da casa é a paz endovenosa

O cais do porto o pedacinho da vela

Que aporta em verso e prosa

Nada tem tanto brilho

Como o olho mágico da porta de entrada

Que só existe pra quem está por dentro da casa encantada

Mais a melhor saída é continuar adentrando

E saindo por portas venosas e arteriais

Até aprendermos a lição de que só existem

Vãos e que ferrolhos e fechaduras são empecilhos

Criados por uma crença errônea de nos manter

Como mosquinhas quase mortas mais de asas acordadas

Isolados pausados pensamos que assim estamos “protegidos”

Tudo que existe na vida é a porta do resultado merecido

Uma coisa é certa culpamos o errado pra calibrar a pontaria

Porque acreditamos que agindo assim certo o seria

E por isso acreditamos no erro dos outros e assim o julgamos

Para não sermos condenados a nossa própria prisão

Que pensamos não existir de verdade

Pois que a consciência não tem maçaneta pra mão

O próprio parto é uma das milhões de portas reincidentes

Que existem diante de tantas dimensões que giram em retorta

Entre gonzos e dobradiças que rangem em torno de um pivô

Assim é a vida um ingresso uma passagem do lixeiro ao doutor

Um regresso pela aorta e portas de acesso

Quando a porta então se fecha

Juntos fecharam-se as palbebras dos olhos

E nunca percebemos que

Outra porta se abriu...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 18/05/2012
Reeditado em 18/05/2012
Código do texto: T3673858