PORTA: A SERVENTIA DA RUA
Tudo na vida são portas abertas ou fechadas
Às vezes entramos em portas certas
Outras vezes em portas erradas de fachada
Quando alguém nos bate a porta temos que abrir
São ventosas da casa é a paz endovenosa
O cais do porto o pedacinho da vela
Que aporta em verso e prosa
Nada tem tanto brilho
Como o olho mágico da porta de entrada
Que só existe pra quem está por dentro da casa encantada
Mais a melhor saída é continuar adentrando
E saindo por portas venosas e arteriais
Até aprendermos a lição de que só existem
Vãos e que ferrolhos e fechaduras são empecilhos
Criados por uma crença errônea de nos manter
Como mosquinhas quase mortas mais de asas acordadas
Isolados pausados pensamos que assim estamos “protegidos”
Tudo que existe na vida é a porta do resultado merecido
Uma coisa é certa culpamos o errado pra calibrar a pontaria
Porque acreditamos que agindo assim certo o seria
E por isso acreditamos no erro dos outros e assim o julgamos
Para não sermos condenados a nossa própria prisão
Que pensamos não existir de verdade
Pois que a consciência não tem maçaneta pra mão
O próprio parto é uma das milhões de portas reincidentes
Que existem diante de tantas dimensões que giram em retorta
Entre gonzos e dobradiças que rangem em torno de um pivô
Assim é a vida um ingresso uma passagem do lixeiro ao doutor
Um regresso pela aorta e portas de acesso
Quando a porta então se fecha
Juntos fecharam-se as palbebras dos olhos
E nunca percebemos que
Outra porta se abriu...