Eu (S)
Olho para o espelho
Pergunto-me:
Essa pessoa sou eu?
Mas como seria esse EU?
Um Eu que sofre,
Outro que ri,
Outro que aprende com as dores,
Que esquece com sorrisos,
Que trabalha,
Que lê,
Que luta por ideais,
Que cuida da família,
Ensina,
Controla,
Chora copiosamente,
Tem muitos medos,
Levou muitas porradas,
Mas deu também,
Feriu e foi ferida,
Amou e perdeu,
Odiou com força,
Usou jeans e camisetas,
Mas também foi sofisticada,
Alterna saltos com sapatos baixos,
Apego com desapegos totais,
Amores e ódios profundos,
Saudade com liberdade,
Que bebe tristeza,
Alegria,
Desespero,
Que é forte para superar os trancos,
Mas frágil diante da impermanência da vida,
Do sofrimento alheio.
Poderosa para lidar com problemas de todos os tipos,
Impotente para conviver com seus fantasmas.
Que é esse Eu?
É um Eu multifacetado,
São muitos Eus.
Mas o Eu que prevalece
É aquele que aprendeu,
A duras penas,
A não ter esperanças.
Para esse Eu mais forte,
A vida não reserva boas surpresas,
Mas sim toda a sorte de tristezas e decepções.
De quem é esse Eu,
Eu(s),
Muitos deles?
Quem? É o meu Eu,
Meus Eu(s),
Meu,
Meu(s).
Sou Eu,
Eu(s).
Sou uma em muitas,
Muitas,
Muita,
Uita,
Ita,
Ta,
a.
O mar,
Omar,
Eu, o mar,
Emar!
18 de junho de 2012 – 00:36 horas