FIM DE LUTO

Nos tempos de luto,
tudo fica meio suspenso,
mal se sabe de onde vem a dor
que, por certo, não vem de onde
vinha a alegria.

O medo consome os dias.
Os dias consomem os sonhos.

No mar, nada se avista
do que poderia ser um barco
carregado da desejada esperança.

Flores nascem e murcham
sem que se perceba.

Não há como voltar.
Não há como partir.

É dor de perda.
É ausência de amor.
É apenas um nada,
o desconforto do vazio.
A saudade de si mesmo.
Uma simples e incômoda
desvontade.

Nenhum caos, apenas silêncio.

Até que seja chegada a hora
de por o coração na estrada,
novamente à disposição
da paixão.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 17/05/2012
Reeditado em 27/07/2014
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