TEU RETRARO.
É tarde, geme o vento na noite fria,
Qual espectro em sepulcral orgia,
Gargalhando sinistramente na amplidão!
E eu fico solitário e recolhido,
Tendo na mente o teu nome querido,
E saudades a povoar-me o coração.
Se estivesses aqui minha CELINHA,
Carinhosa, sensual e dengosinha,
Meus cabelos docemente a afagar,
Esta noite seria de mil venturas,
E na volúpia de desejos e loucura,
Teus lábios lascivos eu ia beijar.
Mas a sociedade ainda não permite
Que nesta noite, ao meu lado fiques,
Pois nos falta à união aos pés do altar!
Mas enquanto espero este feliz dia,
De prazer felicidade e alegria,
TEU RETRATO, contrito, hei de adorar.
De Santa Luz para o Rio de Janeiro,
08.09..1964 dedicado à MARIA CÉLIA.