A BEBIDA
A BEBIDA
Bebida incessante
Por anos a fio
Morreu o meliante
Colado a um meio-fio
Bebia desbragadamente
Em casa era um ausente
A mulher largada
A filha jogada
Foram anos de bebedeira
Aturados pela companheira
Que cansada pedia
Deixe de beber ao menos um dia
Vã esperança
Quando teve uma criança
Ele bebeu pra comemorar
E nem a conseguiu registrar
Ele bebendo
Ela sofrendo
A vida indo
E ele tropego vindo
E assim foi até aquele dia
Em que morreu sem deixar saudade
Houve um sopro de felicidade
Pela bebida que enfim partia