A BEBIDA

A BEBIDA

Bebida incessante

Por anos a fio

Morreu o meliante

Colado a um meio-fio

Bebia desbragadamente

Em casa era um ausente

A mulher largada

A filha jogada

Foram anos de bebedeira

Aturados pela companheira

Que cansada pedia

Deixe de beber ao menos um dia

Vã esperança

Quando teve uma criança

Ele bebeu pra comemorar

E nem a conseguiu registrar

Ele bebendo

Ela sofrendo

A vida indo

E ele tropego vindo

E assim foi até aquele dia

Em que morreu sem deixar saudade

Houve um sopro de felicidade

Pela bebida que enfim partia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 17/05/2012
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