Corpo prensado

corpo

havia no centro

da vida

um bêbado

rondando

meus escuros guardados.

Eu corria pra longe da praça,

Onde as coisas vistas

O são, porque são expostas e aparecidas.

Alcançava seu hálito de trópico

Quente os caminhos que

Que eu passava

E suas palavras enfezadas

se espichavam sobre sobre

o que eu desejava.

Na cidade, ao redor de sua entrada

a multidão levantava cartazes

e palavras de ordem contra a corrupção.

Outras praguejava contra a fome

De comida, e mais adiante fazia-se

Manifesto contra a fome de amor,

Onde se comovia o corpo esquálido

Dos pdsa, partido dos sem afeto.

as muralhas que compunha a segurança

do nosso forte, era pichado propaganda

de geladeira, de televisão e de bebidas

caras e telefones irreais.

E fotos de artistas era exposta

aos nossos olhos. E agente via

de cá, perto do real:

o fascinante mundo suspenso

do desejo de não ser.

Uma revolução no olhar se fazia

A cada volta que eu dava no bêbado.

E eu corria e minhas pernas cansadas

E pesadas carregavam o muro sobre

Elas.

Uma família de retirante, sem saber

Das revoluções, comia um pão

Com mortadela e ainda podia ser feliz,

O menino me ofereceu. Comi

E vivi um pouco da sua madureza.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 17/05/2012
Código do texto: T3672602