almas penadas
pratos e copos displicentes
largados sobre a mesa
saudade
tristezas
sentimentos pendentes
incertezas
a noite parece não ter fim
no silencio da casa vazia
lembranças insistentes
vagam soltas sobre mim
almas penadas
invadindo o meu sono
invadindo a madrugada
assombrando os meus sonhos
assustando o meu sossego
por estar confuso
ou por medo
deixo a luz acesa
deixo a agua fria
me escorrer no rosto
desperto
despisto
os maus pensamentos
que ainda me rondeiam
o desgosto
o desejo
as dúvidas contantes
corro até a varanda
e vejo
um começo de sol
se debruçar levemente
sobre um mar calmo
e complacente
esparramado na praia nua
ainda bem
que tudo continua
ainda bem
que tudo continua assim
como era antes