ODE À LUCIDEZ

Ignoro a mim mesma
Mais ainda o mundo à minha volta
Não tenho território
Minha pátria é lugar algum
Adormeço em barco naufragado
E, quando acordo, sou gestação
Parida por fragmentos em decomposição
Me fundo e confundo com as partes distintas
Ora uma, ora nenhuma
Não sei se vejo o que vejo
E se sou quem penso que sou
Eu mal existo 
Ao buscar respostas, acho conforto no caos
No desconhecido me alimento
Bebo o sangue sujo da vida
E mastigo belezas estranhas
Com a barriga estufada de escombros e vertigens
Fecho bem os olhos para ver:
Sou a multiplicade incrível de mentiras e verdades que usam a minha boca.
Adriana Espineli
Enviado por Adriana Espineli em 16/05/2012
Reeditado em 16/05/2012
Código do texto: T3671422
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