Fértil e Lisa
Ao meu chão
um rio a lágrimas
sem peixe, sem fruto,
sem vida.
Não nutre os pés
quem sucumbe
e as mãos ao ralo
impedidas.
Se venta é mar
turvo e hostil
sem mesmo
estiva.
Mas força ferve,
nuvens no teto
que -fato- não
precipita.
Um rio, um mar
em lágrimas,
lago em que banho e
não contagia.
Bebo da fonte
a força e faço
de mim bagaço
que reviva.
Caminho sobre
o que afogava
e faço as malas
já de partida.
Abro as comportas
de tal represa
e o que estorvava
vai à avenida.
Se espalho força
e, cá úmido,
faço eu mesmo
a faxina.
Outrora poço,
no quarto agora
nascem virtudes
mais aguerridas.