Sonho

Cúpula do céu pra quê existe?

Se o que se abriga em ti é sofrimento

Se fizeste de mim cruel detento

Que à sua derrocada então assiste.

No fone de ouvido: Inútil Paisagem

Jobim canta minha dúvida em dor de vaidade

Se sozinho não sou nada e até caminho é vazio

Pra quê céu? Pra quê mar? Pra quê flores? Pra quê rio?

Teatro íntimo do eu: o sonho

Realidade que escolho e ganho

Louros paralelos à verdade,

Inconsistente e turba castidade.