um homem presente
Ao pé da porta
Sentado com o
Queixo embutido
Nas mãos, João
Olha sua vida
Pregada no chão.
Tem formigas,
Cimento rasgado,
E um grão de feijão,
Tem areia, tem sombra.
E muitos rastros de pão
Tem a marca do tempo
Que lhe mostrou
Seu estado, de estar nesse
Mundo, com o corpo
Quebrado,
João ouve palavras,
Que não Existe no chão, são
Apenas barulhos que nunca
Esteve em mãos, um mundo
Distante, que lhe faz diferente.
Que apesar disso tudo
É um homem presente.