Partes de mim
às vezes deixo que os meus versos
despenquem dos dedos
no papel, ganham vida própria
esta não é uma tarefa qualquer
nem tão pouco é simples:
tenho razões de sobra para sentir medo
eu era um menino do mato
caçava passarinho
entre as nascentes e os pedregais
não havia visgo que os pegassem
nem ninho para que eu os colhessem
desnudos como me vejo agora