Sob a cortina da aurora

Em altos brados clamei

o endereço da folia!...

Ao som do pandeiro,

bradei gritando o teu nome!...

Ao som da boêmia!...

Das noites enamoradas...!

Gritei em vozes altas para

o mundo atrás do seu sorriso!...

Por que sem ele sou

moribundo desfalecido!...

Um cachaceiro pimpão!...

Farofeiro, que vira

um trago na goela à procura

dos versos apaixonados

de rodeio!...— Estou

amargurado sem ti agora!...

— Quantas noites sem

carinho ainda me restam?...

Um fado medonho nasce

dessa saudade!...

E a dor de não conseguir

te esquecer não vai embora!...

Entristece meu semblante

pelo vazio da alma,

sob a cortina da aurora,

do lírio meu fanado!...

— Oh amada! — Chegou

a minha hora de partir!...

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 15/05/2012
Reeditado em 03/04/2013
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