Sob a cortina da aurora
Em altos brados clamei
o endereço da folia!...
Ao som do pandeiro,
bradei gritando o teu nome!...
Ao som da boêmia!...
Das noites enamoradas...!
Gritei em vozes altas para
o mundo atrás do seu sorriso!...
Por que sem ele sou
moribundo desfalecido!...
Um cachaceiro pimpão!...
Farofeiro, que vira
um trago na goela à procura
dos versos apaixonados
de rodeio!...— Estou
amargurado sem ti agora!...
— Quantas noites sem
carinho ainda me restam?...
Um fado medonho nasce
dessa saudade!...
E a dor de não conseguir
te esquecer não vai embora!...
Entristece meu semblante
pelo vazio da alma,
sob a cortina da aurora,
do lírio meu fanado!...
— Oh amada! — Chegou
a minha hora de partir!...
(Airton Ventania)