Tempo da alma

Ninguém ouviu o longínquo adeus da alma no tempo

Nem o murmúrio das silabas secas nos lábios da cidade

A mesma cidade que esperou abrir a noite em leque

Brilhando astros no acanhado atrativo da alegria.

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Malsoante a dor dorme o céu

No pleno lago dos olhos claros

Ali há um reino onde as imagens dançam

Sobre mágoas, lendas, rupturas

Reclamando barcos que salvam

Até os breus das ilusões profundas.

Por alento, decerto, não canta o rude espanto

Acorda apenas a cidade suave

Tão aérea a enganar com meiguice

O enigmático galo do silêncio

Para despertar a graciosa beleza

Dançando ao vento o mundo

Composto apenas dessa cidade tranquila.

Cintilando entre lugares sombrios, verdes

Sobrepassando o hálito frio das janelas altas

Para abrir os novos sonhos

Instalados no vazio

Luzes que norteiam

Pavões soberbos

Que vagam calmos

Como ilhados

Entre mulheres naturais, esplêndidas

Imperecíveis na asperção dos perfumes raros

(No rápido instante em que voamos

O momento mais se parece um dia...)

No rápido instante em que sorri a alma inteira

Como uma sala em festa

Repleta de alegria rítmica.

Sobre a mágica malícia

Da malva sã do silêncio

Fulgura o bracelete de sol

Iluminando a manhã.

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Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 15/05/2012
Reeditado em 15/05/2012
Código do texto: T3668717
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