BALAIO DE DEVANEIOS
BALAIO DE DEVANEIOS
Hoje acordei sem emoção
Da cama cai de cara no chão
No corredor estava num voo
Acabei na privada com enjoo
Cobras e cores na labirintite
O lustre do teto é uma estalactite
Onde guardei essa emoção?
Que me deixa zonzo sem noção?
Tenho que mexer em meu balaio
Se andar sem segurar em você eu caio
A tontura são os palavrões engolidos,
Ou seriam os meus medos mexidos?
Esvazio meu balaio no lençol da cama
Dobrado bem pequeno um telegrama
“Tem amo sem nenhuma razão agora”
“Jogue tudo fora vamos daqui embora”
Esse é o remédio é a minha cura
Vou sair de cena sem frescura
Levo comigo apenas meu balaio
É assim que do palco eu saio
André Zanarella 14-11-2011