Olhos Secretos

Olhos secretos, discretos, sincréticos

Fitando-me pelas beiradas e eiras.

Guardião da ultima e definitiva razão

Como se fosse minha única vazão

Como de fato o é e sabe que é!

Ah! A perfídia deste doce negrume

Que te envolve e me envolve, enreda

Feito coisa feita e... Bem feita, mas feia

Mancha-nos o que seria quase perfeito

Não fosse secreto, discreto, sincrético

E se esgueirasse pelas beiras e eiras.

Ouço o segredo que sussurras, insinuas

E assim, quase nua, revela-se aos olhos

Enfeitiçados, filtrados pelas muitas heras

Gestadas no fétido arcabouços das eras

E fosse um segredo secreto... Mas, não!

Estavas ali, na minha frente. E não te vi.

Percebi-te tardiamente. Ah, lenta mente...

Pena que tais olhos secretos me mentem!