Fui eu que fiquei a ver navios
depois da tua partida desesperada
para o fim do mundo no fim de tudo.
E tua fuga descontrolada do nada
era eu estar mudo de palavra desperdiçada.

Agora este silêncio que eu vivo é o que me dói,
o que me corrói as vontades, as forças, as necessidades.
Agora este silêncio que eu faço
é de me alimentar do que me desfaço
quando disfarço no olhar a vontade de não ser.

Agora este vazio, esse frio, essa angústia sem medida
é de ter de lamber a ferida que me consome
de uma dor sem tamanho que nem tem nome.

Agora esta solidão é por eu me perder sem ter aonde ir
por eu te ver sempre partir e nunca mais conseguir
disfarçar no olhar essa capacidade de não sentir.
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 14/05/2012
Reeditado em 07/05/2021
Código do texto: T3667749
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