Depois do Dia das Mães - Filhos do Mês de Maio

Um poema! Um poema

Que fale do amor de mãe

Como usar metrificação?

Se o amor de mãe não tem medição

E os verso vão surgindo

Simples e livres

Livres como um filho

Que dos braços da mãe

Vai saído...

Quando chega a adolescência

Filho querido perde a inocência

E vai matando, matando...

A mãe que fica chorando!

Filho ingrato, filho maldito!

Quebra a cara e volta lamentando

E a mãe, pobre mãe!

Vai logo o abraçando

Fica adulto o filho querido

Quantas noites de sono perdida

Oh, que parto dolorido!

Vai perdendo, vai perdendo...

Até que perde o filho

Mais uma vez ele acha que matou

A mãe. Oh! Mãe enjoada!

E vai embora porque se casou

Casou com sua amada

Quando a amada se torna infiel

Volta chorando para o colo da mãe

A mãe também chora com desdém

Não sabendo que a sogra dele

Antes, muito antes, já tinha chorado também

Mas logo a dor se vai

E ele arruma outra

A mãe implora... Implora...

Mas ele vai embora

Dessa vez ele acha que matou

Matou sua mãe por completo

Mas inventaram o dia das mães

E lá vai ele mostrar seu afeto

Filho falso, sem-vergonha!

É isso que ele é!

Com abraços, beijos, presentes...

Vai enganando aquela mulher...

Ainda bem que é só um dia

Segundo domingo de maio

Mas quem foi o infeliz

Que inventou o aniversário?

Abraços, beijos, presentes...

Tudo novamente

Encontrar com os parentes

Deixar a mãe contente

No outro dia volta ao normal

E o filho volta a ser mau

E a mãe, cheia de presentes

Vai chorar amargamente

No ano seguinte tudo de novo

Vamos lá deixar a mãe contente

Falsidade pra lá, falsidade pra cá

Vamos lá mostrar os dentes

Quem inventou tanta bobagem?

O capitalismo, queridinho!

Tudo pra encher o porta-bagagem

E dar uma de filho bonzinho

E assim vão enrolando

Matando a mãe aqui e ali

Mas a velha não morre

Com a morte ela está brigando

Até que chega o dia!

Não é o filho quem a mata

Ela que resolve morrer

Pois simplesmente cansou de viver

Agora chora desgraçado!

Chora arrependido!

Só agora lembra comovido

Que a mãe existiu o tempo todo

Não só no domingo de maio

E o capitalismo ri da cara dele

Caiu na arapuca

Comprou... Comprou...

Mas de nada adiantou

Termino meu poema

Em pleno mês de maio

Para minha mãe?

Não para a professora.

Porque ela também é mãe?

Não imbecil!

Porque ela pediu!

Lucas de Souza Rodrigues