HOMENS PERDIDOS

Poderia falar de quartéis
que guardam meninos que buscam ser homens.
Poderia falar de igrejas
que guardam homens que buscam ser deuses.

Mas eu prefiro falar de homens
que guardam quartéis e guardam igrejas
e podem ser o que são,
sem quartéis e sem igrejas.

Homens com permissão para saudades,
pecados, rasgos de insegurança,
desvios quaisquer, frutos de seus próprios medos
e crenças, mas com permissão para serem
eles mesmos, homens.

Publiquem as crenças,
eu as lerei
e denunciarei cada uma delas
e resgatarei os meninos que se tornaram órfãos
de si mesmos.
Andarei pelo mundo em busca dos zumbis
ofuscados pelas luzes da ignorância
e os projetarei na sombra que guarda a razão
e o direito de cada um ser o que é.

Cada homem terá resguardada a inocência
e garantida a opção de viver sem ameaças
celestiais.

Armado com os mesmos poderes conferidos
a anjos e demônios imortais,
protegerei a estreita vereda
que conduz ao vale do afeto.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 14/05/2012
Reeditado em 25/07/2014
Código do texto: T3667658
Classificação de conteúdo: seguro