Delírios de um Poema
A solidão me assusta
neste breu insone
queria um poema ardente
sussurrando desejos inconfessos
como um silvo de serpente
oferecendo-me veneno.
Queria um poema escancarado
voando pensamentos quentes
delirando na pele
sem horas marcadas
sem rotas
sem destino
afogando
seduzindo
devorando-me
em versos loucos.
Queria um poema bem devasso
despudorado
depravado
tornando-me escrava
onde já não seduzo
sou seduzida
me entrego nua ,destravada
vou sendo invadida
vou morrendo, vivendo aos poucos
nos delírios do poema
em espasmos loucos .
Vem poeta
incendeia teus versos
passeia nas minhas úmidas trilhas
sem pausas, entrelinhas
decreta logo minha alforria.
31/01/07