Delírios de um Poema

A solidão me assusta

neste breu insone

queria um poema ardente

sussurrando desejos inconfessos

como um silvo de serpente

oferecendo-me veneno.

Queria um poema escancarado

voando pensamentos quentes

delirando na pele

sem horas marcadas

sem rotas

sem destino

afogando

seduzindo

devorando-me

em versos loucos.

Queria um poema bem devasso

despudorado

depravado

tornando-me escrava

onde já não seduzo

sou seduzida

me entrego nua ,destravada

vou sendo invadida

vou morrendo, vivendo aos poucos

nos delírios do poema

em espasmos loucos .

Vem poeta

incendeia teus versos

passeia nas minhas úmidas trilhas

sem pausas, entrelinhas

decreta logo minha alforria.

31/01/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 02/02/2007
Código do texto: T366760