Ocaso
Não tenho pressa
Quando estou sentado
Do outro lado
Nada interessa
O sol no ocaso
Laranja-vermelho
Mostrando ao acaso
Figura de espelho
Que vai refletir
Só no outro amanhã
No amanhã do porvir
Quando a tarde chegar
Eu lá vou sentar
E ficar sem ação
Quando o sol já então
Começar a baixar
E nesse espetáculo
Das cores fusão
Vou estar no pináculo
Do morro então
Outra vez bem de perto
Estarei eu sentado
Do outro lado
Daquela cidade
Onde a saudade
Mistura-se então
Com a imensa visão
Do sol no poente
Que aos poucos se vai
Dando a volta bem rente
Caindo e levando
Claridade e calor
E também tanto amor
De pessoas assim
Que de amor são afim
Por isso interessa
A falta de pressa
De o ocaso deixar
E continuo sentado
Lá do outro lado
Só me levanto a hora
Que o vermelho laranja
De preto se arranja
E deixa de fora
A saudade de agora
Mas amanhã estarei
Lá de novo sentado
Do outro lado
E a falta de pressa
Essa não interessa...