Babilônia imaginária

Suspenso jardim da Babilônia

Rosa, lírio, cravo, begônia...

Alusivos aromas madrigais

Ciprestes, cedros, oliveiras

Zeladas de cuidados pastorais

Flores, ramos, sementeiras

Rebanhos a perder-se no nardo

Piados, balidos, zunidos,

gorjeios, arrulos, mugidos...

Continentes contidos em eiras,

linguagens orquestrais.

Flanar, plainar

em correntes frias e quentes

Solados de finos calçados

passeios encantados

de namoros diurnais.

Cores abrangentes

pinturas de rica louça.

Índigo, musgo, púrpura e lilás

atrativos de estranha força

Rasantes, fixadores, contumazes

pousando watts de eletricidade

como garras de carcarás.

Apitos, trombetas, estribilhos

Vozes de anjos e demônios a pelejar

Pausa-se o canhão de tiros,

o estalar de bombas-

para ver uma borboleta voar.

Pendidos alguns frutos

ameaçam tombar;

os que se desprendem

(quando doces),

destilam o sumo em taças,

para majestades sorverem.

Laranjas, nêsperas, uvas,

maracujás

em frascos de geleias e compotas.

Frutíferas, florígeras,

animais e florestais

Ascendem no topo fulgurais

Diversidade de formas vívidas

Raízes, imperiosa colônia

destruída, formosa,

inigualável Babilônia.

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 12/05/2012
Código do texto: T3664201