desenho/Lilianreinhardt

                   LONGA NOITE


A minha longa noite vasa entre os dedos

escorre pelos rios dos poros do meu corpo
arrasta meus cabelos como trilhas
ao vento e me faz ilha
A longa noite corta como adaga
seus degraus queimam os pés do meu templo
os negros pássaros perdem o azul
a longa noite me afoga
na garganta do firmamento
quando nua e vazia a minha alma
estilhaça o seu verbo cansado
quando o meu ninho de sonhos evapora-se
ou nasce morto
A longa noite só me adormece
quando debulha o sol da manhã
ao meu Ser quando lhe reconhece em prece...



Este poema foi publicado no site
http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/longa-noite

em 08/05/2012