ESQUIZOFRENIA
Alguém ronda minha vida
Olha-me do escuro
Perturba o meu sono
Penetra nos meus sonhos
Mostrando-me um mundo medonho
Feito de agonia, tristeza e decepção
Finge ser meu amigo mas só quer minha escravidão
Da minha alma ferida, coitada e sem ventura
Pede minha mão fria para que possa dai levar-me
Através de um caminho sem fim e sem esperanças
Quer roubar-me as conquistas, os feitos e as lembranças
Para jogá-la num um poço fundo de águas estagnadas
Esse ser torpe fora-me antes destinado
A ser o meu guia, meu refúgio, meu remanso
Belo anjo, suave, doce e delicado
Que hoje se revela vil e descontrolado
Pisa na minha vida como se fora um pobre inseto
Senta nos meus sonhos como um jornal amassado
E assim, sigo junto ao inimigo
Sem saber a saída desde crescente labirinto