ESPELHAÇÕES
No espelho do acanhado quarto de vestir,
vejo-me.
Somos nós dois de outros mundos.
O rosto deste senhor de barba
está mais jovem do que o que carrego
dia a dia.
De fato.
Este jovem senhor de barba do espelho
nada tem a ver comigo.
No meu peito
há uma dor e uma saudade
que ali não percebo.
Nos meus olhos
há uma lágrima pronta ao exílio
e que eu não sei como segurar.
O olhar dele é como um doce
e sereno lago azul.
Meu tórax está constrangido,
o dele se expande desafiador.
Não, definitivamente, não somos o mesmo.
Este jovem senhor do espelho
não descortina passados,
nem parece preocupar-se com futuros.
Conforta-me apenas que é em mim
que está o Amor
e que tão jovem senhor
não sobreviverá à minha morte.
No espelho do acanhado quarto de vestir,
vejo-me.
Somos nós dois de outros mundos.
O rosto deste senhor de barba
está mais jovem do que o que carrego
dia a dia.
De fato.
Este jovem senhor de barba do espelho
nada tem a ver comigo.
No meu peito
há uma dor e uma saudade
que ali não percebo.
Nos meus olhos
há uma lágrima pronta ao exílio
e que eu não sei como segurar.
O olhar dele é como um doce
e sereno lago azul.
Meu tórax está constrangido,
o dele se expande desafiador.
Não, definitivamente, não somos o mesmo.
Este jovem senhor do espelho
não descortina passados,
nem parece preocupar-se com futuros.
Conforta-me apenas que é em mim
que está o Amor
e que tão jovem senhor
não sobreviverá à minha morte.