POR ENTRE O VIVER

Porque entre vidas nos sentimos,

porque falamos com as palavras,

em sons escritos que adormecem na mente,

e sussurrando me inventam contos de fadas...

Só esperei a seca dadiva que presa espreita,

o calcanhar sensual de cada emoção,

ao contrario do amarelar da situação,

que no meu colo dormente se deita...

Concordo com o refugio que alimenta,

o meu querer e poder de sedução,

mas meu coração será que aguenta,

tanta vida que foge e não se estende a mão...

Oh Sol que te despejas em gotas de lava no meu canto,

que me derretes ao som perfeito,

nas longas horas que te olho enquanto te pões,

entre as vidas que se afundam no meu peito...

Nuno Godinho

5-5-2012